Monday, January 31
Agora está tão longe ver a linha do horizonte me distrai. Dos nossos planos é que tenho mais saudade, quando olhávamos juntos na mesma direção. Aonde está você agora, alem de aqui dentro de mim? Agimos certo sem querer foi só o tempo que errou. Vai ser difícil sem você porque você esta comigo o tempo todo e quando vejo o mar existe algo que diz: Que a vida continua e se entregar é uma bobagem! Já que você não está aqui o que posso fazer é cuidar de mim. Quero ser feliz ao menos. Lembra que o plano era ficarmos bem.
Legião Urbana
Sunday, January 30
Eu gosto da distância. Da sua ausência, da minha saudade. Da vontade, da chamada perdida, da música decorada. Dessa distância da minha boca pra sua. De sentir o seu hálito quente, de sentir você respirar, roçar meu rosto, te olhar de perto e às vezes corar. De não pensar, parar de rir. De brigar e partir. De xingar e excluir. Dar meia volta e te abraçar. Eternamente. Fantasiar ao seu lado, ser realista e até fria, ser contraditória, estúpida, tosca, envolvida. Desenhar seu rosto, gravar e esquecer esse momento, assim simultaneamente. Enlouquecer. Esquecer. Envolver. Falar, falar, falar. Silenciar. Ignorar, aprender. Estar com você é contraditoriamente indescritível.
por voocê! <3
Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos se desfazem. Regras, você as dita. Palavras o vento leva. Sonhos se realizam ou não. Os olhos se fecham um dia, para sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir.
Saturday, January 29
(...) foi naquele dia de inverno, em 1975, logo depois de ter cortado a última pipa, quando avistei baba no telhado lá de casa, batendo palmas, sorrindo radiante. Baixei os olhos para Sohrab. Um dos cantos da sua boca tinha se curvado um tantinho para cima.
Um sorriso.
De um lado só.
Que mal se notava.
Mas que estava ali. Atrás de nós, crianças saíam correndo em disparada e um monte daqueles caçadores perseguia aos gritos a pipa solta que continuava voando acima das árvores. Foi só eu piscar os olhos e o sorriso tinha desaparecido. Mas existiu. Eu vi.
— Quer que tente apanhar essa pipa para você? O seu pomo-de-adão subiu e desceu quando engoliu. O vento agitou o seu
cabelo. Pensei ter visto ele fazer que sim com a cabeça.
— Por você, faria isso mil vezes! — me ouvi dizendo.
Virei, então, e saí correndo.
Tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por
causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso
minúsculo. Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um
pássaro que alça vôo.
Mas me agarrei àquilo. Com os braços bem abertos. Porque, quando chega a
primavera, a neve vai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse simplesmente
testemunhado o primeiro floco que se derretia. Saí correndo. Um adulto correndo em meio a um enxame de crianças que
gritavam. Mas nem me importei. Saí correndo, com o vento batendo no rosto e um
sorriso tão grande quanto o vale do Panjsher nos lábios.
Saí correndo. "
Um sorriso.
De um lado só.
Que mal se notava.
Mas que estava ali. Atrás de nós, crianças saíam correndo em disparada e um monte daqueles caçadores perseguia aos gritos a pipa solta que continuava voando acima das árvores. Foi só eu piscar os olhos e o sorriso tinha desaparecido. Mas existiu. Eu vi.
— Quer que tente apanhar essa pipa para você? O seu pomo-de-adão subiu e desceu quando engoliu. O vento agitou o seu
cabelo. Pensei ter visto ele fazer que sim com a cabeça.
— Por você, faria isso mil vezes! — me ouvi dizendo.
Virei, então, e saí correndo.
Tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por
causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso
minúsculo. Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um
pássaro que alça vôo.
Mas me agarrei àquilo. Com os braços bem abertos. Porque, quando chega a
primavera, a neve vai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse simplesmente
testemunhado o primeiro floco que se derretia. Saí correndo. Um adulto correndo em meio a um enxame de crianças que
gritavam. Mas nem me importei. Saí correndo, com o vento batendo no rosto e um
sorriso tão grande quanto o vale do Panjsher nos lábios.
Saí correndo. "
O Cacador de Pipas - Khaled Hosseini
Monday, January 24
Saturday, January 22
Friday, January 21
Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade. (...) A gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pra pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi por que evitar a fossa. Se a fossa veio é porque ela tinha que vir, o negócio é viver ela e tentar esgotar ela. A gente, quando tenta analisar qualquer problema, sempre vai aprofundando, aprofundando, até que chega nesse fundo que é amor sempre. (...) A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho.
Wednesday, January 19
Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza.
:DD
:DD
Tuesday, January 18
Monday, January 17
"...Tudo isso dói.
Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois. Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é? É o que estou tentando vivenciar.
Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída.
Nada é muito terrível. Só viver,não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.
Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois. Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é? É o que estou tentando vivenciar.
Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída.
Nada é muito terrível. Só viver,não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.
Sunday, January 16
"(...) é preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates... Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe? Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto."
Friday, January 14
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo.
Thursday, January 13
Ontem à noite você disse que não era difícil, disse um pouco irônica que bastava começar, que no começo era só fingir e logo depois, não muito depois, o fingimento passava a ser verdade, então a gente ia até o fundo do fundo. Eu te disse que estava cansado de cerzir aquela matéria gasta no fundo de mim. Perguntou se o que me doía era a consciência. Eu te disse que o que me doía era não conseguir aceitar minha pobreza. E que eu não sabia até quando conseguiria disfarçar com outros panos aquele outro, puído e desbotado, e que eu precisava tecer todos os dias os meus dias inteiros e inventar meus encontros e minhas alegrias e forjar esperas e me cercar de bruxos anjos profetas e que naquele momento eu achava que não conseguiria mais continuar tecendo inventos. Em silêncio o telefone calado ao lado de minha cama. O telefone em silêncio no silêncio.Então eu te disse que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exata. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse. Perguntei se me doendo também te doía. E você não disse nada. Não te disse que comigo seria mais difícil do que com ela. Não dissemos, mas concordamos no silêncio cheio de livros e jornais entre nossas duas camas, que querias a salvação e eu a perdição - ainda que nos salvássemos ou nos perdêssemos por qualquer coisa que certamente não valeria a pena.Nem era preciso dizer que não era preciso dizer: eu era o teu lado esquerdo e tu eras o meu lado direito: nos encontrávamos todas as noites no espaço exíguo de nosso quarto. Eu viajava no meio de pinheiros brancos quando disseste que a única coisa que havia desejado o dia inteiro era chorar, num canto qualquer, sem motivo, sem dor, até mesmo sem vontade, de mágoa, de saudade, de vontade de voltar. Não haviam permitido, inclusive eu. Mas percebes tanto, quando eu me dobrava em remorso pediste pra que eu cantasse cantigas de ninar, que cantei com a voz rouca de cigarros e drogas. E enquanto adormecias, lembrei da tarde. Era feriado na manhã, na tarde e na noite de ontem à noite. Eu lembrava da tarde e pedia para bichos-papões saírem de cima do telhado e lembro tão bem que ainda que não tivesse sido ontem, continuaria sendo ontem na memória.Foi então que começaste a chorar e eu sentei ao teu lado e não compreendendo te disse que não, te disse inúmeras vezes que não, que não era bom, que não era justo, que não era preciso - mas chorava e dizia que era tão bonito quando ele tocava violão cantando aquela música, dizendo que era melhor ser alegre que ser triste, ficava te machucando no fundo de tudo o que dizia e pensava que queria chorar um, três, cinco, sete dias sem parar sentindo vontade mansa de voltar. Mais tarde, bem mais tarde, diríamos rindo que não havíamos feito tudo isso para desistir agora, sem mais nem menos, no meio dum feriado qualquer, e que agora a gente só tinha mesmo que continuar porque a casca tinha endurecido - e riríamos muito, mais tarde, cheios de vitalidade e vontade de abrir janelas - mas por enquanto chorava com a cabeça escondida no travesseiro, e eu não compreendia.Chovia lá fora e eu estava parado no meio do quarto. Estava parado no meio do quarto e olhava para fora. Olhava para fora e repetia: nunca esquecerei daquela tarde de chuva.
Tuesday, January 11
Olhando a foto, foi quando eu descobri que tua ausência inda doía e o tempo que passou não me serviu como remédio. E a minha paciência foi inútil e todo desapego incompetente. Eu me desvencilhei de livros, cartas e bilhetes e me desmemoriei por algum tempo - quis tanto ter você, depois silêncio - mas nessa tarde estranha em que ensaio versos, só vem tua falta à tona… E eu desamarro um pranto que eu sei tão antigo - desculpa essas palavras com cara de choro - ainda há reticências.
Marla de Queiroz
Friday, January 7
Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções.Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros.Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vouuu...
Saturday, January 1
Amanhã é dia de nascer de novo.Te desejo uma fé enorme. Em qualquer coisa, não importa o quê. Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma. Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Que 2011 seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Que seja bom o que vier, pra você.
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