Wednesday, September 12

 
 
“Você sentirá saudade da sua infância, dos tempos despreocupados e daqueles momentos em que você foi feliz e não aproveitou. Você irá sentir falta do que já foi e não volta mais; maldito defeito do tempo. E você irá sentir mais falta ainda daqueles que já esqueceram o seu rosto. Dói. E dói mesmo, como se não houvesse mais o que doer. Machuca saber que existe quem não lembra mais de você (justamente aqueles que você mais queria que lembrassem). Machuca relembrar momentos que ficaram apenas na mente e no coração. Dói ao ouvir uma música tocada sem querer, um perfume exalado no ar por onde você estava passando, ver fotografias de rostos que, talvez, você tenha demorado muito para tentar (e conseguir) esquecer. É inevitável não nos lembrarmos de algum instante, de algum detalhe, de algum nome, de alguma sombra. E isso também machuca, muito. Mas eu sei que você, todas as noites, se deita pensando em alguém especial. Não importa quem seja, como seja. É alguém que você queria que estivesse ao seu lado quando não está, é alguém que deixa saudade mesmo presente. E, acima de tudo, é um alguém que coloca um sorriso em seu rosto, o ilumina, alegra seu dia. E é nesse instante que esse alguém te diz, mesmo em mente, que a saudade nunca se vai por inteira, que as recordações são, sim, para a vida inteira e, com o tempo, você aprenderá a conviver com elas. Não importando se sejam lembranças boas, recordações ruins ou detalhes esquecidos; o seu agora é a lembrança de depois, faça-a valer a pena.” Eduardo Grotmann