Thursday, January 19


Em muitos sentidos, levar um menino como Rudy foi um roubo - tanta vida, tanta coisa por que viver -, mas, de algum modo, tenho certeza de que ele teria adorado ver os escombros assustadores e a inchação do céu na noite em que se foi. Teria gritado, rodopiado e sorrido, se ao menos pudesse ver a roubadora de livros apoiada nas mãos e nos joelhos, junto a seu corpo dizimado. Teria ficado contente em vê-la beijar seus lábios poeirentos, atingidos pela bomba.
É, eu sei.
Na escuridão de meu coração tenebroso, eu sei. Ele teria adorado, com certeza.
Viu?
Até a morte tem coração.
 
A Menina Que Roubava Livros.